domingo, 5 de setembro de 2010
pour mémoire
imagem
marco guerra
Não me toques
nesta lembrança.
Não perguntes a respeito
que viro mãe-leoa
ou pedra-lage lívida
ereta
na grama
muito bem-feita.
Estas são as fazes da minha fúria.
Sob a janela molhada
passam guarda-chuvas
na horizontal,
como em Cherbourg,
mas não era este
o nome.
Saudade em pedaços,
estação de vidro.
Água
As cartas
não mentem jamais:
virá ver-te outra vez
um homem de outro continente.
Não me toques,
foi minha cortante resposta
sem palavras
que se digam
dentro do ouvido
num murmúrio.
E mais não quer saber
a outra, que sou eu,
do espelho em frente.
Ela instrui:
deixa a saudade em repouso
(em estação de águas)
tomando conta
desse objeto claro
e sem nome.
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[a mesma vaga desagua duas vezes nas praias desse mundo: talvez que seja por esse motivo que não sejam necessárias pontes entre continentes... bastam as palavras alinhadas pelas coordenadas/coração]
ResponderExcluirum imenso abraço,Me
Leonardo B.
Saudade assim, ainda nunca vivi.
ResponderExcluirbeijos
decisão!
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