segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
espera sem temer que o universo se explique
© laauraa
As palavras estão com seus pulsos imóveis.
Caminharia a morte - e sempre o mesmo peso
e a mesma sombra fechariam meus pedidos.
Mas o sangue do amor tem sonos e silêncios,
sabe do que aparece apenas porque passa:
espera sem temer que o universo se explique.
Mando-te um som de vida, em meus rios de espanto,
solitária de mim, repentina exilada,
com os enigmas ardendo entre inconstantes ondas.
Nada somos. No entanto, há uma força que prende
o instante da minha alma aos instantes da terra,
como se os mundos dependessem desse encontro,
desses prelúdios sobressaltados.
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