segunda-feira, 21 de novembro de 2011

do tempo onde não esteve

























As longas avenidas talvez imaginárias
demonstram-me a existência de lugares
que poderiam ter-me pertencido
numa idade passada; é irreal

agora percorrê-las: tê-lo-ia
sido sempre, não poderia haver
motivo para dor num tempo que com este
presente se divide; é um espectro tardio

o espaço finalmente criado pelo olhar:
aí estás olhando-me nos olhos
cidade sob a forma de jovem ser unívoco

ainda inexistente no tempo de uma vida
vivendo no espaço que não teve o seu tempo,
e tarde volta do tempo onde não esteve

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