domingo, 19 de setembro de 2010

e vivi sem pele a lapidação da alma





















imagem
© moses stell



então fui diluindo a loucura
ao compreender que a nascente
de tudo era um caos

urbano e diurno

aprendi a velejar pelas calçadas
como uma sombra entre sombras

sem inventar rastros
ousei vestir os sapatos da morte
e revelar-me ao círculo visceral
da existência

nem fui o
insano ou o decrépito humano
apenas despi a coragem e vivi
sem pele a lapidação da alma

perdi o que
não era essência

e agora
pleno de mim
não sei nem sou

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