quinta-feira, 7 de outubro de 2010

quando a manhã atinge à noite




















imagem © Andreas Kauppi

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Sob uma atitude de calma e dura claridade não se dirigia a ninguém e abandonava-se atenta como a um sonho que vai se esquecer. Atrás de movimentos seguros tentava com perigo e delicadeza tocar no mesmo leve e esquivo, buscar o núcleo feito de um só instante, enquanto a qualidade não posa em coisas, enquanto o que é sim não se desequilibra em amanhã – e há um sentimento para a frente e o outro que decai, o triunfo tênue e a derrota, talvez apenas respiração. A vida se fazendo e a evolução do ser sem o destino – a progressão da manhã não se dirigindo à noite mas atingindo-a.

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