quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

é minha a sombra






















saiaii.deviantart


Não há quem me negue a dor
a mim e a uma já morta escrita.
Jamais verás suportar sem desdém
o que é só teu no supérfluo bem.
Não há dolentes palavras que a chorar
te convidem sem se instalar o amor
- nada o nega nem o prazer mais forte
nem a morte que o pranto sacode.
Não temas a clara fala dos lugares cheios
que por trás dos espectros acodem.
A seu tempo resvalará o encontro
em nossos passos, piedade inquieta, tribulação
de um abraço, antigo verso ou chaga lembram
como padece meu corpo, água ou barca
viajando veloz no seu empenho de júbilo.

É minha a sombra, concedo-ta, de rosto baixo e tímido riso.
É tua em cada gota de sangue, bem como o seu rasto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário