sábado, 15 de janeiro de 2011

... e sempre diverso cada dia do que foste














kittysyellowjacket deviantART


Tal como és, assim te quero, e sempre
diverso cada dia do que foste;
cada imperfeito gesto que inventares
me fará desejar-te em outro verso.
Da arte do soneto feito mestre
no concurso sem regra da floresta,
na mais pequena folha te descubro
e no caule do vento é que te perco.
Da turva luz já retirei o emblema
que me sirva de rosto permanente
e venha o cabeçalho do poema;
e pedirei à noite que me empreste
um farrapo do manto incandescente
de que se veste, agora, para ter-te.

Um comentário:

  1. Que lindo. É assim mesmo o amor verdadeiro: fazer verso das imperfeições. Então, porque buscamos tanto a perfeição?

    Beijos, bom domingo

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