terça-feira, 12 de abril de 2011

escombros e esquecimento


















[...]
tu não podias me ver porque montavam guarda
os rancores alheios
eu não podia te ver porque me ofuscava
o sol dos teus presságios

mesmo assim me perguntava constantemente
como serias na tua espera
se abriria por exemplo os braços
para abraçar a minha ausência

mas o muro caiu
foi caindo
ninguém soube o que fazer com os mal-entendidos
houve quem os juntou como relíquias

e de repente uma tarde
te vi sair de um buraco de névoa
e passar ao meu lado sem me chamar
nem me tocar nem me ver
e correr ao encontro de outro rosto
cheio de calma cotidiana

outro rosto que talvez ignorava
que entre ti e mim existia
tinha existido
um muro de berlim que ao nos separar
desesperadamente nos juntava
esse muro agora é só escombros
mais escombros
e esquecimento.

[o amor, as mulheres e a vida – epigrama com muro]
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