quarta-feira, 15 de junho de 2011

subimos pelo silêncio



























tokarchuk

deviantART



Subimos
pelo silêncio
quando a chuva
cria incerta
o poema
de água e cal.

O amor
é então
ar e peso
incapaz
de conter
a precisa forma.

Nada
é coeso.
a sombra
súbita e nítida
traz a memória
separada.

E teu sono
impõe um corpo
em frêmito
ou vôo
quando
baixa o sol.

Expande-te
um pouco mais
inclina a cabeça
nessa dor lúcida
de pequeno ser.

Há ternura
no mundo
e em cada
ínfimo grão
a fadiga
cresce solúvel
na noite fechada.


[nocturnos]

Nenhum comentário:

Postar um comentário