segunda-feira, 15 de agosto de 2011

atentos ao nada
























psychiatrique deviantART


e a noite é isto quando nos
as pálpebras apagam o quarto.
as sombras arrebanham as palavras
e em breve são elas como um comboio
que atravesse a solidão de uma paisagem.
e nós somos o nariz de uma criança
colado no vidro desse comboio que
avança devagar e nos fica como
a impressão de um sol tardio.
escrevo de olhos fechados não penso
em nada nem sou nada.
sou antes às vezes as pás de um moinho
e o vento que rodopia nas suas velas e
traz o eco enxuto da vida dos camponeses.
acabar ou começar, que importa?
a noite é isto, isto de olhos sem ver
atentos, como eu, a tudo o que passa

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